Presidiários da Casa de Detenção de Pimenta Bueno têm dado trabalho aos policiais penais. A unidade registrou cinco tentativas de fuga em menos de uma semana.

Um dos episódios ocorreu no último domingo (22), em pleno dia, por volta das 13h30min, quando apenados do regime semiaberto fizeram um buraco na parede do alojamento, que dá acesso ao lado de fora, mas os policias agiram rápido e conseguiram recolher os internos que tentavam a fuga. Três deles ainda conseguiram fugir, mas foram recapturados.

O Sindicato dos Policiais Penais (Singeperon) recebeu um relatório de servidores sobre a fragilidade estrutural da Casa de Detenção de Pimenta Bueno, o que estaria motivando as investidas de fuga.

Conforme foi relatado, as tentativas vêm sendo recorrentes nas alas feminina e do semiaberto, e na área onde os presos do regime fechado realizam atividades laborais de montagem de rodas. Contudo, não foi feito nenhum reparo preventivo na estrutura desses locais vulneráveis.

Uma das paredes do presídio é o próprio muro, que se encontra com a estrutura fragilizada pelo tempo. Este muro foi construído há mais de 30 anos, está cheio de tampões e tem uma altura abaixo do ideal, o que facilita a escalada dos presos que tentam a fuga.

E, ao fazer um buraco no muro, eles têm acesso direto ao lado de fora do presídio (à rua) – se não fosse o trabalho árduo dos policiais penais, já teria acontecido muitas fugas. Outra situação é a dos alojamentos onde ficam os presos que trabalham: não têm grades na parte superior, tendo apenas o forro como segurança.

Baixo efetivo

O baixo número de servidores que realizam plantão no presídio de Pimenta Bueno também é um problema grave. São 5 a 8 no plantão para dar conta de cerca de 260 presos. Durante a tentativa de fuga mencionada nessa matéria, havia apenas três policias penais para realizar a ronda, já que as duas policiais que estavam no plantão não podem atuar (por lei) na ala masculina, além de um chefe de plantão que estava na portaria e dois que estavam nas guaritas que, inclusive, estão situadas do lado de dentro da unidade, deixando o lado externo totalmente desprovido de vigilância.

No local deveria abrigar apenas presos provisórios, no entanto, comporta todos os regimes de pena.

O Singeperon apela ao governo do Estado para que haja providências urgentes a fim de sanar essas graves falhas na Casa de Detenção de Pimenta Bueno.

“Maior prova que essas tentativas constantes de fuga são decorrentes de problemas estruturais, é o fato de não acontecer no pavilhão do regime fechado, que conta com uma melhor condição de segurança”, observou a presidente Daihane Gomes, reiterando que “os policiais penais têm sido heróis em evitar as fugas, mas é necessário que o Estado faça sua parte, antes que exploda uma tragédia de grandes proporções, como fuga em massa”.

Fonte: Tudo Rondônia / Lucas Tatui

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