Espigão do Oeste, município do interior de Rondônia com pouco mais de 33 mil habitantes, volta a enfrentar uma crise já conhecida por sua população: a falta d’água.

Nos últimos dias, moradores dos bairros Morada do Sol, Cidade Alta e Jorge Teixeira têm convivido com torneiras secas, uma situação que tem gerado revolta nas redes sociais e em grupos de aplicativos.

O drama, no entanto, não é novo. Espigão do Oeste já enfrentou diversos períodos de escassez hídrica ao longo das últimas décadas, agravados especialmente durante os meses de estiagem amazônica, que vão de junho a setembro.

A cidade, que surgiu a partir de projetos de colonização nos anos 1970 e é hoje sustentada por setores como a agropecuária, o comércio e o funcionalismo público, depende de um sistema de abastecimento defasado e vulnerável a variações climáticas e operacionais.

Uma moradora do bairro Morada do Sol relatou estar há mais de uma semana sem água nas torneiras, enfrentando dificuldades para cuidar da casa e do filho recém-nascido. “Tenho um bebê em casa e não tenho como manter higiene nem fazer comida. Liguei para a Caerd várias vezes, mandei mensagem, e até agora nada. Isso é abandono com a população”, desabafou.

A equipe de reportagem do site O Minuto Notícia – Informação é Poder!, tentou contato com a Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia (Caerd), responsável pelo serviço, mas não obteve retorno. O silêncio da companhia apenas intensifica a insatisfação dos moradores, que exigem providências imediatas.

Com três ou até quatro meses de estiagem ainda pela frente, o temor é que a situação piore. A água já falta em diversos bairros e não há, até o momento, um plano de contingência anunciado pela Caerd. A pergunta que se repete entre os espigãoenses é direta: o que será feito para garantir o abastecimento?

Apesar de projetos promissores, como a construção de uma rede de adução para captar água do Rio Melgaço, em Pimenta Bueno (RO), nenhuma obra foi iniciada. Tudo permanece no papel.

Enquanto isso, milhares de famílias seguem sofrendo, sem água para beber, cozinhar, limpar ou garantir a higiene dos filhos. Espigão do Oeste vive mais um capítulo de abandono institucional em um dos direitos mais básicos da cidadania: o acesso à água.

Fonte: O Minuto Notícia