O policial penal, que exerce a segunda profissão mais perigosa do mundo (perdendo apenas para quem trabalha em minas subterrâneas), segundo classificação da Organização Internacional do Trabalho (OIT), ainda recebe, em Rondônia, o segundo pior salário do país.
Esses fatores negativos não pesaram na decisão de um diretor do presídio de Cacoal, que rejeitou a proposta R$ 100 mil de um criminoso, para facilitar sua fuga da unidade. O homem é acusado de vários homicídios.
O Sindicato que representa a categoria em Rondônia, o Singeperon, destacou a atitude do servidor como “exemplar”, e afirma que, “casos como esses são frequentes no sistema prisional, mostrando a seriedade desses pais a mães de família que arriscam a vida sob condições desfavoráveis, porém sem manchar a honra”, observou a entidade.
Para conseguir ganhar os R$ 100 mil que lhe foram oferecidos, o policial penal terá que trabalhar mais de quatro anos, já que em Rondônia o salário não chega a R$ 2 mil, enquanto no vizinho Acre a classe recebe R$ 4.447,34, e no Piauí R$ 5.581,31. Contudo, o servidor desconsiderou sua realidade salarial para fazer o que é certo – não somente rejeitou a proposta, como também fez o registro da ocorrência.
A ocorrência (n° 95548/2020) foi registrada na Delegacia de Polícia Civil de Cacoal.
Autor: Assessoria